ALLOWTRA

Crime em Portugal

Friday, July 14, 2006

Ucraniano condenado a 13 anos de prisão

O ucraniano que matou um adepto inglês durante o Euro'2004, na Baixa lisboeta, foi condenado a uma pena de treze anos de prisão, revelou ontem à agência Lusa fonte do Tribunal da Boa-Hora, onde decorreu o julgamento. Além da pena por homicídio simples, Vadym Abramov foi ainda condenado a uma pena acessória de expulsão do território nacional por um período de dez anos, acrescentou a mesma fonte. «Houve um voto vencido do juiz presidente que queria uma condenação por homicídio qualificado com pena de 22 anos», indicou. Stephen Smith, de 28 anos, morreu na madrugada do dia 22 de Junho, quando festejava a vitória da selecção inglesa sobre a Croácia. O jovem morreu vítima de uma navalhada no peito, depois de uma tentativa de assalto por parte do ucraniano, em situação ilegal em Portugal.









Trabalhe a partir de casa.Ganhe 1000 Euros ou mais por mês!



Assalto Assalto Contrafacção Furto

lisboa peniche Pombal

Um jovem de 19 anos roubou por esticão anteontem a um homem um telemóvel no valor de 750 euros. O assalto ocorreu na Avenida Almirante Reis.

GNR intercepta assaltantes armados


Dois indivíduos armados que se estariam a preparar para assaltar uma carrinha de transporte de valores junto àMakro de Palmela foram detidos pela GNR, na altura em que já estavam emboscados à espera do veículo.

Polícias e Ladrões 15: Assassinos a soldo

Pistoleiros portugueses matam em Espanha

A cena parece tirada de um filme: três pistoleiros irrompem pelo Batxoki, na zona velha de Bayone, coração do País Basco francês, e disparam contra as cinco pessoas que lá se encontravam – três homens, uma mulher e uma menina de quatro anos.

Polícias e Ladrões 7 - Mulheres raptadas (1992/95)

António Carvalho não sabia o que pensar sobre a ausência da mulher. Leonor, naquele dia 16 de Fevereiro de 1995, foi às compras no Centro Comercial Fonte Nova, em Benfica, Lisboa. Saiu no BMW 318 e ficou de ligar à uma da tarde. Já passava das cinco e ela sem dizer palavra.

Polícias e Ladrões 14 - Crime satânico

António Jorge Santos parecia outro quando começou a ser julgado, em 2001, pelo brutal assassínio dos pais à facada. Quem se habituara a vê-lo todos os dias pelas ruas de Ílhavo não o reconhecia agora, no tribunal, quase dois anos após o crime.

Polícias e Ladrões - Corpos mutilados 1992/93

João de Sousa, o homem que na década de 90 chefiou a Secção de Homicídios da Polícia Judiciária, reformou-se com um travo amargo de derrota. Os crimes atribuídos ao ‘Estripador de Lisboa’, que esventrou os corpos de prostitutas e lhes arrancou o coração, o fígado e os intestinos, foram o seu pesadelo. O assassino nunca foi descoberto – até hoje.



No espaço de menos de um ano, entre o Verão de 1992 e o início da Primavera de 1993, três prostitutas foram brutalmente assassinadas. Os cadáveres foram encontrados mutilados – de tal maneira que o médico- -legista José Sombreireiro, em cerca de 40 mil autópsias nos 30 anos que levava de prática, ainda não tinha visto coisa tão feia.

Quando o primeiro cadáver foi encontrado, em 12 de Julho, na Póvoa de Santo Adrião, arredores de Lisboa, os investigadores da PJ estavam longe de imaginar que o crime era obra de um ‘serial killer’ – um assassino em série com uma incontrolável obsessão por matar, mesmo sem motivo evidente, muitas vezes impelido por pulsão sexual. A vítima, Maria Valentina, de 22 anos, toxicodependente e prostituta, jazia numa poça de sangue já seco. O assassino abriu-lhe o tórax e a barriga a golpes desferidos com raiva incontida e levou o coração e partes do fígado e dos intestinos.

Ensina a experiência policial que um homicídio é desvendado em seis meses. É este, pelo menos, o tempo ideal entre a avaliação do local de crime, os exames de laboratório aos vestígios, a busca de suspeitos e os interrogatórios para o resultado das investigações. Depois, o tempo corre a favor do assassino.

Cinco meses após a morte de Valentina, foi descoberto um segundo corpo. Ao princípio da manhã de 2 de Janeiro de 1993, trabalhadores das obras na ponte ferroviária de Entrecampos, em Lisboa, encontraram--no nas traseiras de um barracão do estaleiro. A vítima, identificada como Maria Fernanda, era prostituta habitual naquela zona. O crime foi ainda mais brutal. O corpo estava retalhado como o primeiro. Também lhe faltavam os mesmos órgãos – mas tinha os seios decepados.

Ninguém na Secção de Homicídios da Polícia Judiciária hesitava em atribuir os dois crimes ao mesmo autor. Se tivessem razão, o criminoso seria um ‘seria killer’ e, como todos os assassinos em série, voltaria a matar. Descobriram, três meses depois, em 15 de Março, que estavam certos – quando encontraram a terceira vítima, Maria João, de 27 anos, no mesmo local onde morreu a primeira mulher. Estava tão mutilada como o segundo cadáver.

O médico-legista José Sombreireiro esclareceu que as três prostitutas estavam vivas, embora inconscientes em resultado de forte pancada na cabeça, quando foram esventradas.

Quanto mais tempo um homicida fica no local do crime, maiores são as hipóteses de ele deixar marcas e provas comprometedoras. O homem que matou as três prostitutas, dilacerando os corpos para lhes arrancar o coração, o fígado e os pulmões, demorou-se junto das vítimas. Mas nem por isso deixou vestígios – ou, se deixou, não foram identificados. Tudo jogava a favor do assassino: os lugares dos crimes eram frequentados por muita gente e as provas ali deixadas pelo estripador estavam por isso contaminadas.

Quando os homicidas deixam as vítimas irreconhecíveis, isso significa, na maior parte dos casos, que ele as conhecia. As três prostitutas tinham os rostos intactos. Se os assassinos revelam preocupação em limpar o cenário do crime, é indício que já passaram pela cadeia ou receberam tratamento psiquiátrico. O estripador não tentou disfarçar a mais pequena mancha de sangue. Todos os homicídios foram cometidos de noite – o que sugere um solitário. O assassino, de acordo com o retrato psicológico, é um homem só, sem relação com as vítimas e com registo criminal imaculado e acima de qualquer suspeita.

Após a descoberta do terceiro corpo, em 15 de Março de 1993, dois agentes especiais do FBI desembarcaram em Lisboa. Traziam na bagagem dezenas de fotos e relatórios sobre crimes idênticos em New Bedford, onde vive uma numerosa comunidade de origem portuguesa, e o nome de um suspeito, Kenneth Ponte, advogado, de 50 anos. Seria ele o estripador? Aparentemente, tudo batia certo. Os casos de Lisboa e de New Bedford tinham um traço comum: as vítimas eram prostitutas. Mas apresentavam uma diferença fundamental: por cá, ao contrário dos EUA, os corpos foram cruelmente mutilados. O assassino não podia ser o mesmo. Keneth acabou por ilibado dos crimes de New Bedford. A pista americana foi abandonada. Os agentes do FBI regressaram a casa.

A direcção da PJ até criou um grupo de trabalho especial, que teve vários coordenadores: João de Sousa, Pedro Amaral, Ferreira Leite – mas do estripador nem sinal.

A PISTA EUROPEIA

A Interpol juntou informações de Portugal, Inglaterra, Finlândia, Áustria e República Checa onde, no mesmo intervalo de tempo, ocorreram crimes idênticos: as vítimas eram prostitutas e os seus corpos foram mutilados. Mas em Portugal, Áustria e República Checa os crimes pareciam tirados a papel químico. As polícias voltaram-se para a ‘pista europeia’.

O criminoso será um solitário com capacidade para se deslocar pela Europa – um camionista de longo curso e cliente de prostitutas: descobriu que contraíra sida e deu-lhe para se vingar das prostitutas onde as conheceu. Os assassinos em série só param quando são apanhados ou quando morrem. O estripador nunca mais deu sinais de vida. Deve ter morrido.

CASO ABERTO

- Apesar de a ‘pista europeia’ apontar para a morte do estripador, os 14 dossiês que a P J juntou sobre os crimes de Lisboa ainda não estão arquivados

- O caso apenas será arquivado em Março de 2008 – quando terminar o prazo de 15 anos, contado a partir do último homicídio

- Dos assassínios em série em todo o Mundo desde os anos 70, dois terços são dos EUA

- O FBI estabelece diferença entre assassinos em massa e assassinos em série. Os primeiros podem atacar a família ou colegas de trabalho e deixam-se abater pela Polícia. Os outros, metódicos e inteligentes, estão convencidos de que nunca serão apanhados
Manuel Catarino

Polícias e Ladrões: Crime por encomenda (1998)

O destino parece ter amaldiçoado os Beja da Costa, uma das mais ricas proprietárias do País, de vasto património em Lisboa, no Ribatejo, no Alentejo. Quando o patriarca morreu, nos anos 80, deixou considerável fortuna aos três filhos: Maria Ana, a mais velha, Maria Inês e Francisco, o mais novo, herdaram dinheiro, casas, terrenos – cada parte da herança era constituída por cerca de 200 mil contos em dinheiro e várias propriedades. Só não lhes deixou felicidade.

Na manhã de 9 de Maio, uma tremenda explosão abalou a zona do Restelo, em Lisboa. A entrada para o jardim que rodeia a vivenda dos Beja da Costa, na Avenida Vasco da Gama, ficou destruída. Francisco, o benjamim da família, era o alvo da explosão – e escapou por milagre. O homem encarregado de accionar a bomba à distância atrasou-se uns segundos a carregar no botão. Foi a sorte de Francisco, que sobreviveu com graves ferimentos nas pernas.

A investigação do atentado foi conduzida pela Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), o departamento da Polícia Judiciária contra a criminalidade mais grave e violenta que, em menos de uma semana, resolveu o caso e descobriu a mandante do crime: Maria Ana, a mais velha, mandou matar à bomba o irmão Francisco.

Maria Ana Beja da Costa, então com 39 anos, divorciada, mãe de uma menina, terminara na Faculdade de Letras, em Lisboa, a licenciatura em História da Arte e concluíra o mestrado. O que lhe faltava em beleza sobrava-lhe em vivacidade e inteligência. Nos últimos anos estoirou o quinhão que lhe coube em herança com a voracidade de quem não tem tempo para gastar tanto dinheiro. Investiu em negócios ruinosos, esbanjou, deu – e perdeu tudo, irremediavelmente.

A irmã do meio, Maria Inês, nove anos mais nova, divorciada e com três filhos, habitava o palacete símbolo da família, em Santiago do Cacém. Censurava a vida estouvada da irmã, mas não lhe regateava ajuda nos piores momentos.

Francisco Beja da Costa era o oposto de Maria Ana. Reservado e discreto. Administrava a fortuna com o rigor de um banqueiro. A magnífica moradia do Restelo que lhe coube nas partilhas era demasiado grande para um rapaz solteiro: pô-la de renda por umas centenas de contos mensais – e passou a viver num espaçoso anexo que mandou construir por cima da garagem.

O mais novo dos Beja da Costa estava longe de imaginar que a irmã planeava matá-lo – impelida pelo inconfessável objectivo, segundo o Ministério Público, de garantir a herança de metade do que era dele. Maria Ana adivinhou na morte do irmão a solução que a salvaria da bancarrota. Francisco não tinha descendentes e, em caso de morte, as irmãs seriam as únicas herdeiras. Maria Ana teria direito a metade. Amadureceu um plano para o matar. Travou amizade com Júlio Rocha, serralheiro – que se encarregou de falar com José Carlos Nunes, motorista, e Paulo Pita, electricista com um jeitinho muito especial para a electrónica. Ficou decidido que Francisco seria assassinado por uma bomba accionada à distância. A mandante do crime ofereceu-lhes 15 mil contos pelo trabalho, mas eles queriam mais – e ela fechou o negócio por 20 mil.

O crime ficou marcado para a manhã de 9 de Maio de 1998. Os três homens construíram a bomba, dentro de uma lata grande, e colocaram--na junto ao portão da vivenda. Esperaram pela vítima escondidos no outro lado da avenida. Francisco Beja da Costa tirou o carro da garagem. Parou uns metros mais à frente – e saiu para fechar a porta e abrir a cancela da rua. O Restelo foi abalado por um estrondo ensurdecedor. Os bombistas nem esperaram o pó assentar: fugiram imediatamente.

Os vidros das janelas da moradia e do carro ficaram em estilhaços. Francisco, gravemente ferido nas pernas, só escapou com vida porque o homem encarregado de accionar a bomba, Paulo Pita, atrasou-se a ligar o interruptor. Dois ou três segundos mais cedo Francisco teria sido apanhado no vértice fatal da explosão.

Uma brigada da DCCB desmontou a tramóia. Um juiz de Instrução Criminal mandou Maria Ana, Júlio Rocha, José Nunes e Paulo Pita em prisão preventiva. O Ministério Público acusou-os dos crimes de homicídio na forma tentada, dano com violência e explosão.

Maria Ana e os três cúmplices começaram a ser julgados em Novembro de 2000 no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa. Na primeira audiência, Maria Ana negou todas as acusações: “Não delapidei o meu património, limitei-me a geri-lo à minha maneira. Não mandei matar o meu irmão” – disse aos juízes. Ficou provado que tinha encomendado a morte do irmão por 20 mil contos. Foi condenada a oito anos de cadeia. Os outros apanharam, cada um, seis anos e meio de prisão.

PRISÃO PREVENTIVA

Maria Ana esteve sete meses em prisão preventiva na cadeia feminina de Tires, nos arredores de Lisboa.

O juiz de Instrução Criminal pô-la por fim em prisão domiciliária – até ao início do julgamento.

A irmã do meio, Maria Inês, deu-lhe preciosa ajuda: convenceu um advogado amigo, Arrobas da Silva, a defendê-la em Tribunal e aceitou hospedá-la numa casa que lhe pertencia de herança – a Herdade do Moinho do Rêgo, perto da Barragem de Campilhas, nos arredores de Santiago do Cacém.

Maria Ana e os três cúmplices já cumpriram as penas.

IRMÃ DESAPARECIDA

Um mês antes do início do julgamento de Maria Ana, o destino pregou mais uma partida à família Beja da Costa. Maria Inês, a irmã do meio, desapareceu misteriosamente. Vivia com as três filhas no palacete do centro de Santiago de Cacém. Divorciara-se do marido, João Caxaria, economista – e o casal continuava a viver debaixo do mesmo tecto. O casarão, de 40 assoalhadas, tinha muito espaço. O ex-marido viu-a pela última vez em casa, às 05h00 da manhã de 14 de Outubro de 1999. Era uma fumadora inveterada. Deixou o maço de tabaco e o isqueiro em cima de um móvel. A governanta, que conhecia de cor o guarda-roupa da patroa, só deu pela falta de uma camisa de dormir. Maria Inês continua desaparecida.
Manuel Catarino

Porto - Polícia desmantela rede suspeita de contrabando de diamantes

Cinco suspeitos de tráfico de diamantes, entre eles um chefe da PSP do Porto, foram detidos na sequência de uma investigação conduzida pela Polícia de Segurança Pública e que levou também à apreensão de elevado número de pedras preciosas.

As detenções seguiram-se a diversas buscas domiciliárias levadas a cabo pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto – que, desde há alguns meses, seguia as actividades do grupo agora detido e do qual fazia parte um brasileiro.

O graduado da PSP detido, Rui Mascarenhas (ver perfil nesta página), tinha como missão, segundo uma fonte policial, dar cobertura aos presumíveis traficantes.

Os suspeitos estão indiciados por tráfico de diamantes – crime punido até três anos de cadeia se o valor das pedras for superior a 25 mil euros ou se o valor da fuga ao imposto for superior a 7500 euros. O chefe Rui, uma vez que é polícia, arrisca uma pena a agravada até cinco anos.

As buscas decorreram na zona do Grande Porto, uma das quais na casa do chefe Rui, situada na área do Infante, no centro histórico do Porto, perto da Ribeira. A DIC andava a investigar uma rede de tráfico de diamantes, só que de início estava longo de pensar que o grupo incluía um dos graduados mais conhecidos da PSP do Porto.

O comandante da DIC da PSP do Porto, comissário Rui Mendes, limitou-se ontem a confirmar a operação e remeteu para hoje a divulgação de mais detalhes. Fonte ligada ao processo disse ontem ao CM que foram apreendidos diamantes avaliados em centenas de milhares de euros.

Os cinco detidos foram ontem interrogados no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, pela juíza Amália Morgado. Saíram em liberdade, até conclusão do processo, mas estão obrigados a se apresentar semanalmente em postos policiais nas áreas de residência. O chefe Rui Mascarenhas está suspenso de todas as funções policiais e está obrigado a apresentar-se todas as semanas, no comando da PSP do Porto.

PERFIL

Rui Mascarenhas Carvalho, de 45 anos, casado, chefe da Polícia de Segurança Pública, prestava serviço na 15.ª Esquadra, na Foz do Douro. Os amigos apontam-no como “muito dado à boémia”. O chefe Rui, como é conhecido na Polícia, já não conseguia disfarçar nos últimos tempos comprometedores “sinais exteriores de riqueza” – segundo disse ao ‘CM’ uma fonte da PSP do Porto.

Rui Carvalho, ainda de acordo com a mesma fonte, levava uma vida acima do que permite o salário de um chefe da PSP, cerca de 1400 euros ‘limpos’. Vivia com a mulher numa casa modesta da zona histórica do Porto – mas, dizem os colegas, gastava muito dinheiro em roupa e em frequentes almoços e jantares em restaurantes finos para os quais convidava grupos de amigos. O chefe Rui era estimado na esquadra que comandava.

POLÍCIAS FORA-DA-LEI

ASSALTOS

A 24 de Abril de 2004 um agente da PSP de Lisboa foi detido pela GNR, na Póvoa de Santa Iria. O polícia, e outros três civis, foram indiciados por vários assaltos e até homicídio.

DROGA

Um motorista, pertencente aos quadros da Polícia Judiciária, foi detido pelos colegas a 28 de Março do mesmo ano, em Palmela, quando transportava 245 quilos de cocaína.

JOGO

A 26 de Junho de 2002 dois agentes da PSP e dois militares da GNR foram detidos no âmbito de uma operação policial. Sobre todos recaíam suspeitas de fomento de jogo ilegal.
Joaquim Gomes, Porto

Tribunal condena violador a pena de seis anos de prisão

O colectivo de juízes do Tribunal Judicial de Lamego condenou ontem a seis anos e quatro meses de cadeia um agricultor, de 24 anos, por violação de uma menina de dez, perto do cemitério de Portelo de Cambres, uma freguesia dos arredores de Lamego.

O arguido foi condenado pelos crimes de abuso sexual agravado, coacção sexual simples e coacção grave – crimes que resultaram, em cúmulo jurídico, numa pena de seis anos e quatro meses de prisão efectiva. O colectivo, presidido pelo juiz Pinto dos Santos, condenou ainda o arguido ao pagamento de uma indemnização de 7500 euros, o valor pedido pela família da vítima.

Durante a leitura do acórdão, o juiz-presidente, olhando para o arguido, avisou-o de que, caso volte a aparecer no Tribunal indiciado pelos mesmos crimes, “a pena já não será esta”. “Não iremos ser tão benevolentes”, acrescentou o magistrado.

O caso remonta a finais de Agosto do ano passado, como o CM então noticiou. José Luís, na altura com 24 anos, apanhou a menina junto ao cemitério da aldeia: levou-a para um local ermo e violou-a. O tribunal deu como provado que ele abusou da criança e depois a convenceu a calar-se. Mas a menina, um dia depois do crime, queixou-se com dores e foi assistida nas urgências do Hospital de Lamego. Os médicos descobriram lesões na zona genital e informaram as autoridades. O crime foi então investigado pela Polícia Judiciária do Porto, que acabou por deter o suspeito, José Luís, residente na aldeia.

O advogado que representou a família da menina, Batalha Machado, considerou a pena “adequada e justa” porque o arguido não tinha antecedentes criminais.

CRIME REVOLTOU POPULAÇÃO

A população de Portelo de Cambres ficou revoltada e indignada quando soube que a menina tinha sido violada e durante a realização de julgamento, que decorreu à porta fechada e sob forte vigilância policial. Em Agosto do ano passado os populares chegaram a querer fazer justiça pelas próprias mãos mas a Polícia Judiciária do Porto deteve o autor do crime e evitou o pior. A avó da vítima disse na altura ao CM que a menina foi interceptada pelo indivíduo quando foi à sua procura no cemitério.

“Se eu estivesse em casa talvez ele não a apanhasse”, referiu, acrescentando: “É uma dor que nunca vou largar e me vai acompanhar até á morte”. Na última sessão de julgamento, vários populares tentaram agredir o arguido quando se dirigia para a sala de audiências. Valeu na altura a pronta intervenção dos agentes da PSP.
Iolanda Vilar, Lamego