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Crime em Portugal

Friday, July 14, 2006

Porto - Polícia desmantela rede suspeita de contrabando de diamantes

Cinco suspeitos de tráfico de diamantes, entre eles um chefe da PSP do Porto, foram detidos na sequência de uma investigação conduzida pela Polícia de Segurança Pública e que levou também à apreensão de elevado número de pedras preciosas.

As detenções seguiram-se a diversas buscas domiciliárias levadas a cabo pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto – que, desde há alguns meses, seguia as actividades do grupo agora detido e do qual fazia parte um brasileiro.

O graduado da PSP detido, Rui Mascarenhas (ver perfil nesta página), tinha como missão, segundo uma fonte policial, dar cobertura aos presumíveis traficantes.

Os suspeitos estão indiciados por tráfico de diamantes – crime punido até três anos de cadeia se o valor das pedras for superior a 25 mil euros ou se o valor da fuga ao imposto for superior a 7500 euros. O chefe Rui, uma vez que é polícia, arrisca uma pena a agravada até cinco anos.

As buscas decorreram na zona do Grande Porto, uma das quais na casa do chefe Rui, situada na área do Infante, no centro histórico do Porto, perto da Ribeira. A DIC andava a investigar uma rede de tráfico de diamantes, só que de início estava longo de pensar que o grupo incluía um dos graduados mais conhecidos da PSP do Porto.

O comandante da DIC da PSP do Porto, comissário Rui Mendes, limitou-se ontem a confirmar a operação e remeteu para hoje a divulgação de mais detalhes. Fonte ligada ao processo disse ontem ao CM que foram apreendidos diamantes avaliados em centenas de milhares de euros.

Os cinco detidos foram ontem interrogados no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, pela juíza Amália Morgado. Saíram em liberdade, até conclusão do processo, mas estão obrigados a se apresentar semanalmente em postos policiais nas áreas de residência. O chefe Rui Mascarenhas está suspenso de todas as funções policiais e está obrigado a apresentar-se todas as semanas, no comando da PSP do Porto.

PERFIL

Rui Mascarenhas Carvalho, de 45 anos, casado, chefe da Polícia de Segurança Pública, prestava serviço na 15.ª Esquadra, na Foz do Douro. Os amigos apontam-no como “muito dado à boémia”. O chefe Rui, como é conhecido na Polícia, já não conseguia disfarçar nos últimos tempos comprometedores “sinais exteriores de riqueza” – segundo disse ao ‘CM’ uma fonte da PSP do Porto.

Rui Carvalho, ainda de acordo com a mesma fonte, levava uma vida acima do que permite o salário de um chefe da PSP, cerca de 1400 euros ‘limpos’. Vivia com a mulher numa casa modesta da zona histórica do Porto – mas, dizem os colegas, gastava muito dinheiro em roupa e em frequentes almoços e jantares em restaurantes finos para os quais convidava grupos de amigos. O chefe Rui era estimado na esquadra que comandava.

POLÍCIAS FORA-DA-LEI

ASSALTOS

A 24 de Abril de 2004 um agente da PSP de Lisboa foi detido pela GNR, na Póvoa de Santa Iria. O polícia, e outros três civis, foram indiciados por vários assaltos e até homicídio.

DROGA

Um motorista, pertencente aos quadros da Polícia Judiciária, foi detido pelos colegas a 28 de Março do mesmo ano, em Palmela, quando transportava 245 quilos de cocaína.

JOGO

A 26 de Junho de 2002 dois agentes da PSP e dois militares da GNR foram detidos no âmbito de uma operação policial. Sobre todos recaíam suspeitas de fomento de jogo ilegal.
Joaquim Gomes, Porto

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